Olá amigos
Norizonte escreveu:Não consigo ver questões espirituais, ainda mais quando relacionadas a Deus, sendo objeto de alguma comprovação. Essas questões, ou algumas delas, são questões de crença, de lógica e não de comprovação científica. As comprovações só poderiam ser por dedução e isso se a ciência oficial se dispusesse a mudar os paradigmas de investigações e adentrar em campo que não tem interesse de entrar. Existe para a maioria, talvez, a separação do que é do campo da ciência e o de que é do campo das religiões e neste último a ciência não se digna a entrar sob pena de os cientistas que fizerem isso passarem por ridículo.
1) Quando falamos em comprovação não estamos a falar, necessáriamente, de uma comprovação cientifica, que, contudo, seria o ideal, com meios, know-how e método cientifico. Trata-se de observar evidências concretas cuja explicação aponte para tomar como realidade o espiritualismo, ainda que subjetivas ou pessoais. E é esse tipo de comprovação que eu ainda tenho esperança de obter. Trata-se mais de uma investigação de detetive do que uma investigação tecnológica. Sendo uma comprovação pessoal há sempre o problema de nos enganarmos a nós mesmos, de estarmos a interpretar mal as nossas observações, de elas terem outras explicações. Em resumo não se trata bem de comprovar mas de encontrar indicios suficientemente convincentes.
2) A ciência é um conjunto de pessoas e meios. Tratando-se, usualmente, de pessoas que são obrigadas a superar todos os graus académicos, com condições e muito treino intelectual, sobretudo se forem das áreas ditas tecnológicas. Ora, esse tipo de pessoas, em regra, não pensará só na ciência das coisas materiais. Repare que já não estamos no tempo de Kardec, em que os conhecimentos cientificos eram "autorizados" por conselhos das academias de ciência, tipo julgamento. E que os cientistas, antes de tudo o mais, são pessoas.
3) Existe um tabu, que é de facto, significativo, contra a investigação e reconhecimento de que nós somos mais do que máquinas naturais de carne, mas esse tabu nasceu da má experiência passada, em que as religiões, aqui no Ocidente, representadas pelas Igrejas, sobretudo a Católica Romana, travavam as descobertas que pudessem contrariar, de alguma forma, e no entendimento dos religiosos, aquilo que eles apregoavam como crenças religiosas. Ainda há pouco tempo, muitos deles achavam que os preservativos eram um pecado...
4) Para além do tabu, existe um obstáculo ainda maior, que são os charlatões, que reclamam o conhecimento espiritual para enriquecer, através do cruel aproveitamento do sofrimento e das crendices das pessoas. A maioria das pessoas que os procuram querem milagres. É o conto do "vigário"
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5) Mesmo com todos estes obstáculos históricos, voltando à alinea 2), os cientistas são pessoas e têm todos os problemas e interrogações das demais pessoas, em relação a estas coisas. São as pessoas que mais admiram e valorizam a obra da natureza, porque a conhecem melhor. Aqueles que compreendem a complexidade da mesma e o quão o conhecimento humano ainda é pouco. Ao longo da história dos últimos 100 a 200 anos, nos tempos livres, de uma forma discreta, esses cientistas, entre os quais vários prémios Nobel, investigaram este tipo de coisas. E não concluiram pela negativa. Alguns concluiram mesmo pela positiva. E pensam que a vida depois da morte é algo a investigar muito mais e muito melhor, de uma forma global, com meios adequados, para obter evidências confiáveis, universais. Todavia os investidores é que financiam..
6) Apesar de tudo, alguns cientistas, infelizmente poucos, dão a cara, publicando as investigações deles, nesta área, possibilitadas por fundações que investem. Aqui em Portugal existe,por exemplo a Fundação Bial, um grande e reconhecido grupo da área farmaceutica.
Conclusão:
- Se não temos comprovação, de espécie alguma, não há razão para crer, quanto muito há razão para duvidar.
- Se alguém tem comprovações e pode proporcionar, de alguma forma (gratuita - sem fins lucrativos - sem se fazer pagar pelo respetivo tempo de trabalho), meios de comprovação, por rudimentares que sejam, onde estão essas pessoas? Nos Centros Espiritas? Nas Igrejas e Templos? - o que eu tenho visto é promessas. Se, e só se, andar aqui uns anos e/ou se ler tudo o necessário, então, se tiver mérito e for autorizado pelas divindades, ou pelos espiritos, no caso espirita, então pode ser que venha a encontrar o que deseja... Pretendem fazer uma lavagem cerebral, para ver se as pessoas se distraem, talvez.
Há quem não queira e/ou não necessite de saber, quem queira brincar com estas coisas, quem queira desdenhar. Tudo bem!
Mas há muito quem queira e necessite de saber. E que as pessoas querem obter é evidências. Depois disso, tudo é fácil. Muitas das pessoas assim, como eu, até conseguem, por vezes, crer sem ver. Mas isso não chega. E quem brinca com as necessidades espirituais das pessoas são aqueles que pertencem a organizações ditas de natureza espiritual. Os obstáculos que essas pessoas criam ao acesso às evidências (que elas mesmo dizem ter, para si mesmas) são, ou parecem ser, indicios de que não há evidências nenhumas para mostrar - Essa é a interpretação mais óbvia... Qual é o cientista, ou qualquer outra pessoa que queira obter evidências, ainda que pessoais e precárias, que se dispõe a frequentar vários anos de cursos em Centros Espiritas como condição para observar ou estudar essas evidências?
bem hajam